quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Ismália


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...



(Alphonsus de Guimaraens)







Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.


Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
              

  (Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
                Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
                E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento de mais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
                E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
                Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento –
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada
                Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
                Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim – à beira-rio,
                Pagã triste e com flores no regaço.


(Fernando Pessoa)

O senhor dos anéis

   
   Três anéis para os Reis-Élficos sob este céu,
  Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores,
  Nove para Homens mortais, fadados ao eterno sono,
  Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono 
  Na Terra de Mordor onde as sombras se deitam.

(J.R.R.Tolkien)












Um anel para a todos governar,
Um anel para encontrá-los,
Um anel para a todos trazer
E na escuridao aprisioná-los
Na terra de Mordor 
Onde as sombras se deitam.

(J.R.R.Tolkien)










segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A vida

Vivemos a vida como se ela fosse interminável. Mas ela é muito breve. Entre a meninice e a velhice há um pequeno intervalo de tempo. Olhe para sua história! Os anos que você viveu não passaram muito rápido?
Para pessoas superficiais , a rapidez da vida as estimula a viverem destrutivamente, sem pensar nas consequências dos seus comportamentos.
Para os sábios, a brevidade da vida os convida a valorizá-la como um tesouro de inestimável valor.
Que valor tem a sua vida para você mesmo?
Ser sábio não quer dizer ser perfeito, não falhar, não chorar e não ter momentos de fragilidade. Ser sábio é saber usar cada dor como uma oportunidade para aprender lições, cada erro como uma ocasião para corrigir rotas, cada fracasso como uma chance para ter mais coragem. Nas vitórias os sábios são amantes da alegria; nas derrotas são amigos da reflexão.
"A vida é tao breve como os raios de sol que surgem sorrateiramente na mais bela manhã e se espedem sutilmente ao anoitecer sem deixar vestígios"

-Pais brilhantes, professores fascinantes

Animes *---------*





Cartas entre amigos

     Quando eu vejo as pessoas indo de um lado a outro - algumas com expressão leve, outras cansadas, desanimadas;algumas vagarosas, outras apressadas - fico imaginando o encontro.Aquele homem que vai é um homem a mais que vai. Mas ele chega. E encontra alguém que dá significado a sua existência porque sente a sua ausência. Sentir a ausência de alguém é dar sentido à sua existência. É uma criança que exulta ao entrar em casa sabendo que alguém estava à sua espera. Chegar e não encontrar é dor doída demais. É sentir-se esquecido, desprovido de cuidado. É estender as mãos para ninguém. O encontro com o outro ou té mesmo com os cantos que escolhemos para descansar de nossas andanças nos alivia. Como é bom voltar. Voltar a casa, voltar à consciência, voltar ao enredo que ficou esquecido em algum lugar no recôndito dos nossos sentimentos.
      As idas e vindas cotidianas são transformadas em encontro. Com o outro ou com a gente mesmo. É uma pausa na ausência do significado. Somos desertores do que dá essência ao que significamos. Transitamos de um lado a outro, vemos e não enxergamos ninguém. São travessias ininterruptas de desconhecidos. Ao passo que, quando são reconhecidas, as pessoas se transformam. Sorrisos, dizeres, acenos, um gesto que seja, e aí está o significado.
      Temos esse poder. O poder de dar significado às pessoas que amamos. O poder de tirá-las do meio da multidão e ajudá-las fraternalmente. Pessoas caídas que precisam de uma mão. Temos duas. Pessoas fragilizadas.Precisam de uma palavra. Temos tantas. E as usamos com tantas imprecisões, com tanto desperdício, que na hora certa acabamos calados, economizando elogios, ternura.

-Cartas entre amigos

Você conhece o Celtic Woman???

Celtic Woman é um grupo musical formado atualmente por quatro astistas irlandesas, inclusive uma das músicas do grupo fez parte da trilha sonora do filme O senhor dos anéis.
Conheça um pouco...



O redentor


           O que conheço do amor é sua pressa. De chegar e de partir.
          O amor é uma forma de tormento. Experimento na carne a saudade em sua  expressão mais acertada. A ausência é um intervalo entre os corpos. Quando não há distancia a ser percorrida, o corpo que sofre da ausência parece perder a mobilidade. O amor nos coloca num destino único. Quando chega, fecha as portas das possibilidades.

- Mulheres de aço e de flores